Voar (2)

Eis que estou mais uma vez aqui no meu cantinho de palavras, cantinho esse que uso para escrever numa tentativa de colocar num meio digital aquilo que se passa "em meio a minha mente..."

E agora devo avisar que infelizmente o meu primeiro texto, por culpa minha talvez, foi perdido em meio de tantos bits e Bytes nesse mundo virtual, e as vezes frio chamado de INTERNET, a grande rede.


Bom, e agora por onde começar... Uma vez que neste momento vai ser um recomeço... Perdoe esse nobre que lhe escreve...

Lembro que eu relatava como é bonito o voo das aves e como eu tinha vontade de estar ali, num céu azul, às vezes totalmente azul, às vezes preenchido com algumas nuvens, isso nem iria me preocupar, tamanha a imensidão desse espaço que chamamos de Céu...

Lembro de ter citado o modo de vida das aves, de como fiz um analogia a vidas dessas criaturas...


Bom, sobre a nossa vida, eu estava refletindo, penso de com é complexo o ato de viver, e ao contrário de alguns estudiosos e pensadores, eis que dizem: é algo simples de fazer, assim eu estava comparando com o modo de vida das aves, elas precisam se alimentar, ter um abrigo, para se protegerem, dão continuidade a sua espécie, e elas voam, bom, nem todas na verdade, mas, aqui na sua maioria, ela voam magnificamente e de forma divina. Eis a sua simplicidade de vida.

Me lembro de ter citado que até mesmo elas tem uma rota, um "percurso" por assim dizer, e que quando acham que devem, voltam as suas origens, do seu ponto de partida, uma migração, que tem seus ciclos.



Lembro de como seria bom sair na vida em um voo e alcançar as nuvens e dela passar, sim foi isso que fiz em determinado momento da minha vida, estava acompanhado e com essa pessoa, fiz voos bem altos e voe acima das nuvens, e teria permanecido lá em cima não fosse a tempestade que estava por vir...
Lembro de ter relatado de como seria difícil e assustador ter que descer, passar pelas nuvens mais uma vez, mas, sem saber o que lá em baixo seria encontrado, sim, para quem voa sem auxilio de instrumentos e suporte de outros, deve ser essa a sensação... Não saber o que vai encontrar.

Bem, em minha vida não tão simples assim, fiz minhas escolhas e meus voos, não posso negar que foi um momento maravilhoso da minha vida, voar voos altos, bem altos, acima das nuvens com a pessoa amada ao lado,  é simplesmente inesquecível, mas, infelizmente, como quase todas as coisas boas da vida, teve seu preço e por consequência seu fim... Pois ao contrário das aves, nem todas, pois não posso afirmar, se eu permanecesse nesse voo, não poderia mais voltar para as minhas origens.

Seria renegar todos aqueles que de uma forma direta ou indireta contribuíram para essa jornada, e isso eu não poderia fazer, e mais ainda, eu não poderia jamais, deixar para trás, uma parte de mim, um pedaço enorme do meu coração.


Mesmo com todas as paisagens lindas, com todas as maravilhas que poderiam ser me oferecidas nessa jornada, eu não poderia ir sempre em frente sem olhar para trás, e infelizmente, a minha companheira não pensava dessa mesma forma... Dentre outras coisas que ela não pensava como eu, estava o fato de não se preocupar com a tempestades que poderiam aparecer, com o abrigo que deveria ser sólido e em terreno seguro, a sua maior preocupação era alcançar voos mais altos ainda, sem prestar muita atenção no presente e fugindo desesperadamente do seu passado.

Enfim, foi o fim... Fim dessa jornada que jurei ser a minha maior aventura, a aventura da minha vida... Voltei as minhas origens, ainda olho para o céu, procurando pela minha companheira que agora já deve estar, mais uma vez, em pleno voo, torço e rezo por ela, para que ela possa encontrar alguém que possa pagar o preço que ela determinou. Não sei se as aves amam, se elas sabem o que é o amor, mas, do que aprendi sobre isso, posso afirmar que ela ainda não o encontrou. Tentei de algumas forma mostrar o seu significado, mas foi em vão...

Hoje sei que preciso seguir com minha vida em frente, mas sei que existe um lugar seguro que posso voltar quando quiser, um abrigo com pessoas amadas, ainda não penso em sair voando, até mesmo porque, não sei para onde ir, nem como, nem quando, nem com quem partir... Só sei ao certo de uma coisa na minha vida:

Voar é preciso







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