Dicas de TELECOM ( IV ) Frame Relay ( II )

O Frame Relay é um protocolo baseado no nível 2 do modelo de referência OSI ( porém não implementa todas as funções deste nível), é compatível com os protocolos síncronos usuais de nível 2, como o HDLC (High-Level Data Link Control) e o SDLC (Synchronous Data Link Control), o que o torna praticamente transparente a protocolos (requerendo pequenas compatibilizações), além de ser adequado ao tráfego de rajada e ao atendimento de grandes redes.
As velocidades de transmissão abrangem uma grande variedade de taxas podendo chegar até uma velocidade teórica de 45 Mbits/s, porém atualmente o Frame Relay é usado com velocidade de transmissão da ordem de 64k bits/s a 2M bits/s. Alguns fabricantes disponibilizam soluções com velocidades a partir de 9,6k bits/s e superiores à 2M bits/s. Devido ao seu elevado throughput e do seu pequeno overhead, o Frame Relay, é bastante indicado para a interconexão de LAN’s através de uma WAN.
No Frame Relay os dados são divididos em frames de comprimento variável, possuindo informações de endereçamento. A rede Frame Relay tem como objetivo entregá-los ao destino final.
O Frame Relay define uma interface DTE/DCE que pode multiplexar estatisticamente vários circuitos virtuais em um único link físico de transmissão. Existem dois tipos de circuitos virtuais os PVC’s (Circuito Virtual Permanente) e os SVC’s (Circuitos Virtuais Comutados).

Sobre a padronização:

Além do ITU-T, que tem emitido diversas recomendações sobre o assunto, participam da padronização do frame relay, o ANSI (American National Standard Institute), a IETF (Internet Engineering Task Force) e, principalmente, o Frame Relay Forum. Outras organizações de padronização se envolvem também nesse processo, em menor escala, a exemplo da comissão IEEE.802 e o ETSI (European Telecomunications Standard Institute).
O IETF é um dos tentáculos do IAB (Internet Activities Board), que é a entidade máxima de gestão do ambiente INTERNET. O IAB é uma entidade autônoma, que teve origem na DARP (Defense Advanced Research Projects Agency) americana. Os padrões do IETF são denominados RFCs (Requests For Comments).
Considerando-se a lentidão inerente aos procedimentos rigorosos do ITU-T, foi constituído por quatro fornecedores de equipamentos um grupo informal para o frame relay, conhecido pela denominação Group of Four (Digital Equipament Corporation, Northern Telecon, Startacon e Cisco Systems). O Group of Four deu a partida no processo de especificação do frame relay, emitindo o documento Frame Relay Specification with Extensions.
A partir do embrião do Group of Four, foi constituído o Frame Relay Forum, que assumiu um importante papel no cenário de padronização do frame relay. Os padrões do Frame Relay Forum utilizam a sigla FRF, tendo sido emitidos doze FRFs até a presente data.

Características do Frame Relay:

O frame relay se apresenta como uma alternativa para os atuais serviços de comutação de pacotes (X.25) e de comutação de circuitos, em condições vantajosas para determinadas aplicações. Quanto ao X.25, as principais vantagens do frame relay são a possibilidade de obter maiores taxas de vazão de tráfego em aplicações que requerem a transferência de grandes volumes de tráfego, e a oferta de menores valores de delay de trânsito, com a conseqüente redução dos tempos de resposta requerida por algumas aplicações interativas conversacionais. Em relação ao modo circuito, a preferência pelo frame relay é basicamente de ordem financeira,
requerendo sempre uma análise prévia da configuração e das características e valores de tráfego da aplicação a ser atendida.
Novas facilidades estão sendo implementadas em redes frame relay, de modo a capacitá-las para o atendimento a uma maior gama de aplicações. Dentre tais facilidades podem ser mencionados o suporte a velocidades E3 (34 Mbps), a possibilidade de conexão ponto a multiponto e a adequação do frame relay para o atendimento de aplicações com tráfego isócrono (voz e vídeo).

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